quinta-feira, 23 de maio de 2019

OS “SE” DA ESCRITURA


OS “SE” DA ESCRITURA


A presença de um “se” em um versículo sugere que há uma condição ligada a ele, e se uma pessoa não cumpre essa condição, é possível que perca o que lhe é prometido nesse versículo – ou seja, salvação. Como dito anteriormente, as claras declarações da Escritura sobre a segurança do crente não podem ser tomadas de outra maneira que não aquela em que foram escritas, e como a Palavra de Deus não se contradiz, essas passagens contendo um “se” devem significar outra coisa.
“Se”, certamente é uma palavra simples, mas precisamos entender a quem o escritor está falando quando a usa. Como mencionado anteriormente, muitas vezes o escritor está levando em consideração a possibilidade de haver uma multidão mista de verdadeiros crentes e meros professantes entre seus ouvintes. O uso de “se” neste contexto foi destinado à consciência daqueles que não são salvos, para que possam examinar em seus corações quanto à verdadeira posição deles diante de Deus. Considere o que estamos dizendo aqui. Suponha que você estivesse se dirigindo a uma audiência que tivesse crentes e descrentes.  E, em seu desejo de divulgar o evangelho, você dissesse a seu público que precisavam confiar no Senhor Jesus Cristo para sua salvação. Como os crentes na multidão receberiam isso? Você estava querendo dizer que precisavam ser salvos? Não; eles entenderiam que você estava se referindo aos perdidos entre eles. É exatamente o mesmo nas Escrituras; quando um escritor usa a palavra “se”, está se dirigindo ao mero professante entre os ouvintes.
Além disso, precisamos entender que a palavra “se” é usada na Escritura de duas maneiras. Não dizemos que há duas palavras diferentes usadas no idioma original para “se”, mas que a palavra é usada de duas maneiras diferentes. Existe um “se” de argumento e um “se” de condição. Um “se” de argumento é baseado em algum fato já estabelecido na discussão, e tomado como certo, o argumento se baseia nesse “se”. J. N. Darby deu um exemplo disso, dizendo: “Se você é um inglês, não vai querer desonrar seu país”. Da mesma forma, podemos dizer: “Se você é verdadeiramente um Cristão, vai querer agir como um”. Nesse sentido, a palavra é usada, não para questionar se uma coisa é assim ou não, mas para construir um argumento sobre esse fato. Quando “se” é usado dessa maneira na Escritura, ele pode ser substituído pela expressão “já que”, e isso transmitirá o pensamento apropriadamente. Por exemplo, “Portanto, se [já que] fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:1 – ARA; Fp 2:1; Ef 4:21, etc.). Por outro lado, o “se” de condição é usado na Escritura como tal; se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão” (Gl 6:1). Isso indica que ele pode ou não ter sido surpreendido em uma falha.
É este uso do “se” como uma condição em conexão com este assunto (eterna segurança), que incomodou muitas pessoas e levou a muitos equívocos. A chave para desvendar essa dificuldade está em saber que o escritor está falando para um público misto, e que a palavra “se”, nesse sentido, é particularmente para aqueles que eram meros professantes entre eles. Alguns exemplos são:

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