OS “SE” DA ESCRITURA
A presença de um
“se” em um versículo sugere que há
uma condição ligada a ele, e se uma
pessoa não cumpre essa condição, é possível que perca o que lhe é prometido
nesse versículo – ou seja, salvação. Como dito anteriormente, as claras
declarações da Escritura sobre a segurança do crente não podem ser tomadas de
outra maneira que não aquela em que foram escritas, e como a Palavra de Deus
não se contradiz, essas passagens contendo um “se” devem significar outra coisa.
“Se”, certamente é uma palavra simples, mas
precisamos entender a quem o escritor
está falando quando a usa. Como mencionado anteriormente, muitas vezes o
escritor está levando em consideração a possibilidade de haver uma multidão
mista de verdadeiros crentes e meros professantes entre seus ouvintes. O uso de
“se” neste contexto foi destinado à
consciência daqueles que não são salvos, para que possam examinar em seus
corações quanto à verdadeira posição deles diante de Deus. Considere o que
estamos dizendo aqui. Suponha que você estivesse se dirigindo a uma audiência
que tivesse crentes e descrentes. E, em
seu desejo de divulgar o evangelho, você dissesse a seu público que precisavam
confiar no Senhor Jesus Cristo para sua salvação. Como os crentes na multidão
receberiam isso? Você estava querendo dizer que precisavam ser salvos? Não;
eles entenderiam que você estava se referindo aos perdidos entre eles. É
exatamente o mesmo nas Escrituras; quando um escritor usa a palavra “se”, está se dirigindo ao mero
professante entre os ouvintes.
Além disso,
precisamos entender que a palavra “se”
é usada na Escritura de duas maneiras. Não dizemos que há duas palavras
diferentes usadas no idioma original para “se”,
mas que a palavra é usada de duas maneiras diferentes. Existe um “se” de argumento e um “se” de condição. Um “se” de argumento é baseado em algum fato já estabelecido na
discussão, e tomado como certo, o argumento se baseia nesse “se”. J. N. Darby
deu um exemplo disso, dizendo: “Se você é um inglês, não vai querer desonrar
seu país”. Da mesma forma, podemos dizer: “Se você é verdadeiramente um
Cristão, vai querer agir como um”. Nesse sentido, a palavra é usada, não para
questionar se uma coisa é assim ou não, mas para construir um argumento sobre
esse fato. Quando “se” é usado dessa
maneira na Escritura, ele pode ser substituído pela expressão “já que”, e isso
transmitirá o pensamento apropriadamente. Por exemplo, “Portanto, se [já que] fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do
alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:1 – ARA; Fp 2:1;
Ef 4:21, etc.). Por outro lado, o “se”
de condição é usado na Escritura como tal; “se algum homem chegar a ser surpreendido
nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de
mansidão” (Gl 6:1). Isso indica que ele pode ou não ter sido surpreendido
em uma falha.
É este uso do “se” como uma condição em conexão com
este assunto (eterna segurança), que incomodou muitas pessoas e levou a muitos
equívocos. A chave para desvendar essa dificuldade está em saber que o escritor
está falando para um público misto, e que a palavra “se”, nesse sentido, é particularmente para aqueles que eram meros
professantes entre eles. Alguns exemplos são:
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