ATOS 27:44
“E assim aconteceu que todos chegaram à terra, a
salvo”.
A viagem mencionada neste capítulo é uma figura da história da Igreja. Não
temos tempo para entrar nos detalhes agora, mas apenas para dizer que é
significativo que todas as pessoas tenham chegado à terra, embora o “navio” (o testemunho exterior da
Igreja) tenha sido destruído.
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Examinamos
brevemente cerca de duas dúzias de Escrituras que ensinam a verdade da eterna
segurança do crente. Muitas, se não todas, não poderiam ser logicamente interpretadas
de outra maneira que não seja aquilo que claramente dizem. Se o leitor for um
sincero buscador da verdade, não deve haver dúvida de que a salvação do crente
está eternamente segura.
Há, no entanto, várias passagens na Palavra de Deus que parecem sugerir
que um crente poderia perder sua salvação. Queremos agora olhar estas
Escrituras para ver o que significam. Pode ser intrigante ao leitor o porquê de
existirem algumas passagens bíblicas que ensinam da eterna segurança do crente
e algumas que parecem dizer que um crente poderia perder sua salvação. Se isso
é perturbador, tenhamos a certeza de que a infalível Palavra de Deus não se
contradiz. Se há uma dificuldade aparente, não é culpa da Palavra de Deus, mas
do nosso entendimento. Como regra geral, quando nos depararmos com o que parece
ser uma contradição na Palavra de Deus, sugerimos que o leitor se agarre
firmemente às declarações claras da Escritura que não podem realmente ser
interpretadas de outra maneira, e dê outra olhada no versículo ou versículos
que parecem dizer o contrário. Provavelmente haverá uma frase ou duas na
passagem que entendemos mal. Se orarmos e pedirmos ajuda ao Senhor, Ele nos
mostrará o verdadeiro significado. Veremos que as Escrituras realmente não se
contradizem. Esta é a única maneira lógica de lidar com a dificuldade. O Sr.
Hayhoe costumava dizer: “Nunca deixe que as coisas que não entendemos na
Escritura estraguem nosso prazer nas coisas que entendemos”.
Essas passagens
que parecem negar a eterna segurança são um exemplo. Elas são muitas vezes
cercadas de expressões bastante ambíguas que podem ser tomadas de várias
maneiras diferentes. Por outro lado, as Escrituras que observamos até agora são
tão claras que seria difícil ver nelas algo mais. Por que alguém iria querer
jogar fora as mais claras afirmações da Escritura em que podemos certamente
confiar, apenas porque elas se deparam com algumas aparentes contradições, que
são cercadas de expressões que são reconhecidamente difíceis?
Muitas vezes,
para se chegar a essas interpretações deficientes, é preciso deduzir coisas da
passagem que não estão ali, para que se encaixem na interpretação. Pedro
adverte quanto àqueles que são “indoutos
e inconstantes [ignorantes e mal
estabelecidos – JND]” na
Palavra, que “torcem [deturpam – ARA]” as Escrituras para que se ajustem às suas ideias (2 Pe 3:1). Este
é um terreno perigoso. Isto dificilmente seria se achegar às Escrituras com um
coração aberto e honesto.
Era hábito do
apóstolo Paulo arrazoar “a partir das
Escrituras” (At 17:2 – JND), mas ele não arrazoava a respeito das Escrituras – e nem nós devemos. J. N. Darby disse:
“As pessoas tentam torcer as passagens para torná-las coerentes com suas
doutrinas, em vez de extrair a doutrina das passagens”. Aqueles que tentam ler
nas entrelinhas da Escritura, deduzindo coisas nela, estão realmente
acrescentando à Palavra de Deus. Acreditamos que este não será o caso quando
prosseguirmos com nosso estudo dessas passagens que parecem negar a eterna
segurança do crente.
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