1) A Necessidade de Entender o Contexto
A primeira
causa para as interpretações equivocadas sobre este assunto é que elas estão
frequentemente fora do contexto. Talvez o maior princípio necessário para a
correta interpretação da Bíblia seja o contexto. Ao comprar uma casa, o
corretor nos diz que as três regras mais importantes numa aquisição a ser
valorizada são: primeira: a localização; segunda: a localização; terceira: a
localização. Da mesma forma, na interpretação da Bíblia, os três princípios
mais importantes são: primeiro: o contexto; segundo: o contexto; terceiro: o
contexto.
Não queremos apenas
entender o contexto da passagem que está sob consideração, mas queremos ter
certeza de que a interpretação também coincide com o restante da Escritura. O
velho provérbio, “Devemos interpretar as Escrituras à luz de todas as outras
Escrituras”, é importante para se ter em mente quando olhamos para este
assunto. O apóstolo Pedro disse: “que o alcance
de nenhuma profecia da Escritura é tido a partir de sua própria interpretação
particular” (2 Pe 1:20 – JND). Na nota de rodapé[1]
da Tradução Darby, ele diz que a passagem quase poderia ser traduzida: “Nenhuma
profecia explica a si mesma”. Em certo sentido, é preciso toda a Bíblia para
explicar qualquer passagem nela. É verdade que Pedro estava se referindo ao
entendimento da profecia, mas o princípio que ele estabelece é muito amplo e se
aplica a todas as linhas de verdade na Bíblia.
É triste dizer
que os versículos que são trazidos diante de nós para negar a eterna segurança
do crente não são apenas isolados do contexto da passagem em que são
encontrados, mas eles também não têm o apoio do teor geral do restante da
Escritura. Portanto, é de extrema importância que, em espírito de oração e com
cuidado, leiamos cada passagem em seu contexto para nos certificarmos de que
estamos “dividindo corretamente a
Palavra da verdade” (2 Tm 2:15 – KJV).
[1] N. do T.: Nota
de rodapé “i” em 2 Pe 1:20 na tradução de JND: “Isto é, “não é explicada por
seu próprio significado”, como uma declaração humana. Deve ser entendida por
meio do e de acordo com o Espírito que a proferiu. A ‘profecia’ é, eu entendo,
o sentido da profecia, a coisa que ela significa. Ora, isso não é alcançado por
uma interpretação humana de uma passagem isolada que tem seu próprio
significado e sua própria solução, como se um homem a expressasse; porque é uma
parte da mente de Deus, proferida como homens santos foram movidos pelo
Espírito Santo para expressá-la. Na ‘profecia da escritura’ o apóstolo tem em
mente a coisa profetizada, sem perder a ideia da passagem. Daí eu me aventurei
a dizer ‘[o alcance de] nenhuma profecia’. Quase se pode dizer ‘nenhuma
profecia explica a si mesma’”.
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