2) A Audiência Cristã é Muitas Vezes uma Multidão Mista
A segunda
razão para interpretações erradas deste assunto é não perceber que a audiência
do escritor é uma multidão mista de crentes verdadeiros e crentes meramente
professos. Não deveria nos surpreender que a profissão Cristã tivesse uma
mistura, pois o Senhor a indicou em muitas de Suas parábolas. Ele disse que
haveria “joio no meio do trigo” (Mt
13:25, etc.).
Por exemplo, ao
escrever aos coríntios, o apóstolo Paulo admitiu a possibilidade de haver meros
Cristãos professos entre eles. No primeiro capítulo ele disse: “todos os que em todo o lugar invocam o nome
de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co 1:2). No
segundo capítulo, ele se refere a essa possibilidade novamente quando fala de
três classes de pessoas.
Ele se refere ao
“homem natural”, que não tem o
Espírito de Deus e não é salvo (1 Co 2:14), ao homem “espiritual”, que é salvo e tem o Espírito governando-o (1 Co
2:15), e ao homem “carnal” (1 Co
3:1) que é salvo e tem o Espírito, mas vive conforme a carne. Novamente, no
terceiro capítulo, o apóstolo distingue três tipos de obreiros da casa de Deus
usando as palavras: “Se alguém...” O
primeiro é um Cristão que serve bem e edifica de acordo com a vontade de Deus.
Ele diz: “esse receberá galardão”. O
segundo obreiro é um Cristão que não serve segundo a vontade de Deus. Ele diz
que “sofrerá detrimento” de sua
recompensa, mas em seguida acrescenta que será “salvo, todavia como pelo fogo.” Então, no caso do terceiro obreiro,
o apóstolo se refere a um falso crente que professa ser um Cristão e continua
no lugar de um servo Cristão, mas não é verdadeiro – a presença de tal pessoa
no templo de Deus “contamina [corrompe]” o templo. Ele diz: “Deus
destruirá” (compare com Mt 25:30).
É importante,
assim, ter em mente que muitas das exortações na Escritura são para uma
profissão mista. Desse modo, há algo nessas exortações para a consciência dos
professantes vazios, entre os verdadeiros crentes. Um exemplo é encontrado em
Colossenses 1:23.
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