quinta-feira, 23 de maio de 2019

HEBREUS 10:26-29


HEBREUS 10:26-29

“Porque, se [nós] pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo, cuidais vós, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”
Esta passagem tem sido usada para afirmar que se uma pessoa escolher voluntariamente se afastar de Cristo, perderá sua salvação.
Como mencionado anteriormente, os hebreus eram uma companhia mista. Este é um dos cinco avisos de apostasia na epístola e que não devem ser confundidos com as exortações aos crentes. Por exemplo, Hebreus 10:19-24, é uma exortação aos verdadeiros crentes; enquanto Hebreus 10:25-31, é uma advertência contra a apostasia, na qual meros professantes estavam em perigo de cair. Um verdadeiro Cristão não “pecará” dessa maneira; não se afastará de Cristo e nem abandonará a fé Cristã.
Pode ser perguntado: “Por que ele diz ‘nós’?” Isso porque ele estava se dirigindo à companhia como um todo – o verdadeiro e o falso juntos. É apropriado abordá-los como tal. Alguns podem dizer: “Mas você, sendo Cristão, tem pecado intencionalmente?” É triste dizer que a resposta é “sim”. Mas, fazer tal coisa, por mais sério que seja, não é o pecado intencional que está sendo mencionado nesta passagem. O versículo 29 descreve o pecado do versículo 26. É o pecado de voltar as costas a Cristo e a toda a fé Cristã e abandoná-la, para voltar ao judaísmo. Um verdadeiro crente não fará isso.
Observe também que não é dito que essa pessoa tenha recebido a salvação, mas apenas “recebido o conhecimento da verdade”. Ela adquiriu esse conhecimento por meio do evangelho. Mas existe uma diferença entre conhecer e crer o evangelho. Além disso, ele diz que voltar ao sistema legal seria inútil. Pois sob esse sistema “não resta mais sacrifício pelos pecados”, porque, sob a lei, não havia sacrifício pelos pecados cometidos “à mãos levantadas [atrevidamente – ARA], mas somente pelos pecados de ignorância (Nm 15:30-31; Lv. 4:2). Assim, aqueles que estavam dispostos a retornar ao judaísmo não tinham esconderijo para o seu pecado de rejeitar a Cristo! Para eles, havia apenas “uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo” sob esse sistema.
Nos versículos seguintes (vs. 28-31) ele mostra que o pecado contra a graça recebe um castigo muito pior do que o pecado sob a lei. “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia”. Poderia haver algo mais terrível? SIM – pecar contra a graça! Que aviso terrível foi para aqueles que estavam dispostos a apostatar.
Alguém poderia dizer: “Mas é dito que ele foi ‘santificado’”. Este é apenas outro exemplo de como os termos teológicos pré-concebidos e errôneos nos impedem de entender a verdade. Santificado, na Escritura, nem sempre se refere a pessoas salvas. Existem pelo menos três aspectos da santificação. Há santificação absoluta ou posicional, que é o que todos os crentes são, sendo separados para Deus (1 Co 6:11; 2 Ts 2:13; 1 Pe 1:2).
Depois há a santificação prática ou progressiva, que é o exercício do aperfeiçoamento da santidade na vida do crente (Jo 17:17; 1 Ts 4:3-4, 5:23; Ef 5:26). Há também a santificação relativa ou externa, que é ser colocado externamente em um lugar puro na Terra, associado aos privilégios do Cristianismo. Tomar o lugar entre os Cristãos é ser santificado externamente pelo “sangue do [novo] pacto” (Mt 26:28 – AIBB; Hb 13:12). Isso não se refere a nenhum trabalho vital na alma. Nesse sentido, existe algo como um incrédulo sendo santificado! Isso pode soar estranho, mas é isso que a Escritura ensina (1 Co 7:14). Esses professantes que tinham tomado seu lugar entre os crentes hebreus foram santificados em um sentido exterior, mas é triste dizer que eles não foram salvos.
Ao desistir daquele terreno e voltar ao judaísmo, eles estavam efetivamente: 
  • Pisando o Filho de Deus.
  • Considerando o sangue de Cristo como algo profano.
  • Desprezando o Espírito da graça. 

Esta é a apostasia, para a qual não há recuperação (Hb 6:4-6).

Nenhum comentário:

Postar um comentário