quinta-feira, 23 de maio de 2019

Uma Publicação VERDADES VIVAS


O Livro impresso está disponível  AQUI 


O Livro eletrônico está disponível  AQUI


Caso queria compartilhar este livro, segue o link
https://drive.google.com/file/d/1CBWaO8drVatKYgVuj-L_hVo6CAq_5lIM/view?usp=sharing

Prefira compartilhar o link para acessar sempre a versão mais recente do livro

A IRRACIONALIDADE DESTA FALSA DOUTRINA

A IRRACIONALIDADE DESTA FALSA DOUTRINA


Se tomarmos um momento e pensarmos nesta falsa doutrina, veremos que é um absurdo. Não é apenas antibíblica, como mostramos; é irracional. Damos a seguir alguns exemplos:

1) Deus teria que retomar a nova vida

Se um crente perdesse sua salvação, Deus teria que recuperar a nova vida que Ele transmitiu à pessoa quando nasceu de novo. Mas então o que Deus faria com essa vida divina? O que aconteceria com isso? Não pode ser destruída, pois é divina e eterna. O absurdo dessa doutrina deixa Deus em uma terrível situação.

2) Ela irá encorajá-lo a viver de maneira descuidada

Dizem-nos que, se ensinarmos ao crente que ele está eternamente seguro, isso o levará a sair e a viver como o diabo. Isso o encorajará a viver de maneira descuidada, porque ele sabe que acabará no céu de qualquer maneira.
Isso é raciocínio humano. Não leva em conta o poder da graça de Deus para transformar vidas. A mesma graça que salva almas do inferno, as transforma. A Bíblia ensina que “a graça de Deus” irá trabalhar no coração do crente, de modo que ele não queira viver em pecado e entristecer o Senhor. Ela tocará seu coração de maneira tão profunda que negará a “impiedade e as paixões mundanas” (TB) e viverá “neste presente século sóbria, justa e piamente” (Tt 2:11-12). Quando o crente reflete sobre o grande preço que o Senhor Jesus pagou na cruz para salvá-lo do julgamento de seus pecados, ele é grato, e quer fazer o que pode para agradar ao Senhor para mostrar sua apreciação. A resposta normal é não querer sair e viver em pecado! Deus opera em todo crente, pelo Espírito Santo, “tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade” (Fp 2:13). O Espírito de Deus lhe dá o poder de viver uma vida santa (Rm 8:2). Se um crente andar “no Espírito”, o Espírito operará em sua vida para que ele não cumpra as concupiscências da carne (Gl 5:16).
Se um crente brinca com a graça de Deus e se volta ao mundo para buscar os prazeres do pecado, será extremamente infeliz. Ele trará a disciplina do Pai em sua vida (1 Pe 1:16-17). Será castigado e ensinado a não andar em impiedade. Se alguém, chamado Cristão, vive habitualmente nas corrupções do mundo, é porque é um mero professante e não é salvo de forma alguma.

3) Na melhor das hipóteses ele só pode esperar ser salvo

Por sua própria definição, aqueles que defendem essa falsa doutrina não podem se considerar salvos! Chegar ao céu, de acordo com essa doutrina, depende de como alguém se comporta depois de ter recebido a Cristo. Ele tem que “perseverar até o fim” de sua vida antes de ser “salvo” (Mt 24:13). Na melhor das hipóteses, só pode esperar ser salvo. Pense nisso; aqueles que nos chegam a propor esta blasfêmia nem sequer são salvos pela definição de sua própria doutrina! Agora, por que alguém escutaria uma pessoa que ensinasse algo que não é bíblico, nem racional e, reconhecidamente, não sabe se ela própria irá para o céu? A coisa toda é absurda.

                   Caro amigo, se você mantiver esta doutrina contaminada, imploramos a você que considere as blasfêmias desonrosas a Deus e as irracionalidades ligadas a ela, e abandone a coisa toda imediatamente. Que você seja avisado pelo exemplo de Himeneu e Alexandre, os quais o apóstolo Paulo entregou “a Satanás, para que aprendam pela disciplina a não blasfemar” (1 Tm 1:20 – JND). É um grave erro doutrinário que pode incorrer em disciplina de Deus na sua vida! (1 Pe 3:12). 

A BLASFÊMIA CONECTADA COM A FALSA DOUTRINA DE UM CRENTE PERDENDO SUA SALVAÇÃO


A BLASFÊMIA CONECTADA COM A FALSA DOUTRINA DE UM CRENTE PERDENDO SUA SALVAÇÃO

Aqueles que defendem a falsa doutrina de um crente perder sua salvação, provavelmente não percebem a seriedade do erro. Se levarmos a doutrina até sua conclusão lógica, veremos que é uma blasfêmia. Há acusações falsas contra o próprio Deus, que são realmente muito graves. Damos agora alguns exemplos:

1) Deus seria um mentiroso!

Se o que eles estão dizendo é verdade, então Deus não pode ser levado a sério em Sua Palavra. Ela afirma claramente que as ovelhas de Cristo NUNCA HÃO DE PERECER” (Jo 10:28). Se uma delas acaba no inferno, então Sua Palavra não pode ser confiável. Este ataque insidioso atinge a fidelidade de Deus e Sua Palavra. Felizmente, “Deus não é homem, para que minta” (Nm 23:19). Seja qual for a maneira como uma pessoa possa tentar contornar a palavra “nunca”, no final ela ainda significa NUNCA!

2) Cristo acabaria no inferno!

Visto que a Palavra de Deus diz que o Senhor “NUNCA” nos deixará, nem nos abandonará (Hb 13:5 – ARA), se perdermos a nossa salvação e acabarmos no inferno, então Deus, que não pode voltar atrás na Sua Palavra, terá que colocar Cristo lá também.

3) O Espírito Santo também acabaria no inferno!

A Escritura diz claramente que Ele estará conosco “para sempre” (Jo 14:16). Então, se um crente acabar no inferno, isso significa que o Espírito Santo terá que estar lá também.

4) A obra de expiação de Cristo na cruz não é realmente suficiente

A obra de expiação de Cristo na cruz não é realmente suficiente para garantir a uma pessoa de estar no céu; apenas o coloca na estrada! Cristo põe o crente no caminho para o céu inicialmente quando ele crê pela primeira vez, mas então o crente deve fazer sua parte para assegurar sua salvação, andando em retidão todos os seus dias. Assim, a salvação do crente é algo condicional, dependente de como ele se comporta depois de ser salvo. Em essência, o que realmente está sendo dito é que existem duas partes na a salvação de alguém: a parte de Cristo na cruz e a parte do crente de andar corretamente por toda a sua vida. Por mais triste que seja essa doutrina errônea, ela faz da ida ao céu um resultado da própria obra do crente. Por trás deste ensinamento blasfemo está um sistema de obras – algo que a Bíblia condena (Rm 4:4-5; Ef 2:8-9; Tt 3:5). Na cruz, o Senhor não disse: “Consumei”, o que poderia implicar que Ele fez a Sua parte da obra, deixando algo para nós fazermos. Ele disse: “Está consumado”. A obra da redenção foi completada na cruz e não resta mais nada para fazer!

Não há nada a se fazer,
Não há nada para pagar,
Jesus fez tudo com prazer
Em Sua maneira de abençoar.

Se alguém pudesse ir para o céu com base em se manter longe do pecado, quando chegasse lá estaria apto a dizer: “Eu estou aqui não apenas por causa do que Cristo fez na cruz, mas também por causa do que eu fiz. Aqueles que não estão aqui, embora possam ter crido, não fizeram a sua parte como eu fiz. Eu cumpri a caminhada e eles não o fizeram, então eles estão perdidos, mas eu estou salvo.” Se isso fosse verdade, seria justo que essa pessoa tivesse algum crédito por estar no céu. Ela realmente teria algo para agradecer a si mesma! Agora, perguntamos aos nossos leitores: isso honestamente soa como a verdade de Deus?
Um grande teste para ver se uma doutrina é verdadeira ou falsa é simplesmente ver se ela exalta a Cristo ou o homem. Se exaltar a Cristo, é de Deus; se exaltar o homem é erro. Essa falsa doutrina faz algo do homem e isso avilta a obra de Cristo. Isso é blasfêmia.


2 CRÔNICAS 15:2


2 CRÔNICAS 15:2

“Se O buscardes, Ele Se deixará achar; porém, se O deixardes, vos deixará” (ARA).
Diz-se que, se uma pessoa abandona o Senhor, o Senhor a abandona e, assim, perde sua salvação.
Isto, novamente, está usando a Escritura fora de contexto.
Esse equívoco vem de não ver que essa advertência dada a “Asa, e todo Judá e Benjamim” estava se referindo a um juízo governamental de Deus, não a um juízo eterno. Não está falando do Senhor os abandonando em uma eternidade perdida, mas abandonando exércitos deles no campo de batalha (2 Cr 14:9-15). Se eles deixassem o Senhor e se voltassem para ídolos, eles não teriam Sua bênção prática. Ele não iria ficar com eles contra seus inimigos. Asa deu ouvidos ao aviso e “afastou os ídolos abomináveis de toda a terra de Judá e Benjamim”, e o Senhor abençoou Seu povo de maneira prática e “lhes deu descanso em redor” (2 Cr 15:8, 15).

2 PEDRO 2:20-21


2 PEDRO 2:20-21

“Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado.”
Aqui, é dito que se uma pessoa que escapa das corrupções do mundo é salva, mas depois se volta e se enreda nessas corrupções novamente, perde sua salvação.
Esta é outra passagem que tem uma mudança dos pronomes. Se voltarmos ao início do capítulo, veremos na primeira parte do versículo 1 que o apóstolo se dirige aos seus irmãos na segunda pessoa do plural (“vós”). Mas nos versículos 1b-22, o pronome muda para a terceira pessoa do plural (“eles” e “os”) para indicar uma classe especial de meros professantes que eram apóstatas. Então, no capítulo 3:1-2, a pessoa nos pronomes retorna para a segunda pessoa do plural quando ele fala aos verdadeiros crentes. Os versículos que estamos considerando se referem àquele grupo de apóstatas do qual Pedro (sendo um crente) não se coloca – dizendo “eles” e “os”. Isso mostra a importância de obter o contexto de um versículo.
Essas pessoas não eram verdadeiros crentes, mas haviam trilhado seus caminhos para o lugar de “doutores” (cap. 2:1). É difícil de acreditar, mas mostra novamente até onde pode ir a profissão vazia. Esses meros professantes haviam “escapado das corrupções do mundo” e estavam em um lugar limpo na Terra, exteriormente, por estar entre o povo do Senhor que vivia em separação do mundo. Eles foram santificados externamente (1 Co 7:14; Hb 10:29), mas não eram salvos.
Nota: eles tinham “o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo”, mas não a fé salvadora n’Ele. Isso, mais uma vez, mostra que conhecer e crer são duas coisas diferentes. Pedro nos diz que o juízo deles será pior do que uma pessoa que nunca aceitou o Cristianismo! Isso mostra que Deus considera uma pessoa responsável pela luz que professa ter (Lc 12:47-48). Esses professantes receberão o maior juízo (Tg 3:1).
É significativo que dois animais impuros sejam usados como figuras para descrever esses apóstatas. O “cão” ilustra que não houve mudança de coração neles. Não houve verdadeiro arrependimento – nenhum abandono de seus pecados (Pv 28:13), então retornaram aos seus pecados quando o “cão voltou a seu próprio vômito” (2 Pe 2:22). Nenhum verdadeiro crente é comparado a um cão na Escritura (Ap 22:15). Isso os aponta como falsos professantes que nunca foram salvos. A “porca” foi lavada por fora, mas isso não mudou sua natureza, e provou isso tornando a “revolver-se no lamaçal”. Como a “porca”, esses apóstatas foram “lavados” (no sentido de ter escapado das corrupções do mundo estando entre os Cristãos), mas não estavam de “todo limpo” – que é o novo nascimento (Jo 13:10 – AIBB). Eles só provaram que não foram salvos, retornando aos seus pecados. Novamente, nenhum verdadeiro crente é comparado a um porco na Escritura. O Senhor Se refere ao Seu povo como ovelhas, mas nunca como cães ou porcos (Jo 10:14; Mt 7:6).

1 JOÃO 1:7


1 JOÃO 1:7

“Mas, se andarmos na luz, como Ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
Tem sido dito que o “se” neste versículo nos ensina que uma pessoa é lavada no sangue somente se ela anda na luz como Deus está na luz.
Se esta interpretação fosse correta, então está ensinando que uma pessoa pode ser purificada pelo sangue de Cristo por seu caminhar! Perguntamos: “Aqueles que creem nessa falsa doutrina dizem às pessoas que querem ser limpas de seus pecados, que se ‘andarem na luz’ – se comportando como deve um Cristão – o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus, as purificará de todo pecado?” Isto nada mais é do que salvação por obras, e certamente conflita com outras Escrituras que claramente ensinam que a salvação “não vem das obras” (Ef 2:8-9; Tg 3:5; Rm 4:5, etc.). Agora, eles podem afirmar: “Mas não é isso que estamos dizendo. Uma pessoa deve continuar andando na luz para ser salva”. No entanto, isso está deduzindo algo que não está no versículo. Ele diz: “Se andarmos na luz... o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
Fica abundantemente claro que este versículo deve significar outra coisa. Precisamos entender que o apóstolo João escreve com muitas declarações abstratas que devem ser consideradas como preto ou branco. Uma vez que o testemunho Cristão de sua época estava sendo infiltrado por professantes vazios, a primeira epístola de João estabelece as características de um verdadeiro filho de Deus e dá as características daqueles que não são verdadeiros. Visto que há algo que põe à prova a confissão de um homem (“Se dissermos” – vs. 6, 8, 10, etc.), essas coisas poderiam ser usadas para discernir aqueles que vieram a eles fazendo uma profissão de fé.
O equívoco aqui surge de pensar que andar “na luz” é uma exortação prática. Não é uma exortação prática, mas sim uma afirmação declarando onde os filhos de Deus caminham. Eles estão “na luz” e não podem fazer mais nada além de andar na luz. Não está falando se eles se comportam de acordo com a luz no que diz respeito à sua prática. Eles estão “na luz”, e se eles virarem as costas para a luz, então a luz apenas brilhará nas suas costas. É uma declaração abstrata indicando o lugar onde eles estão com Deus.
As outras coisas que caracterizam os filhos de Deus, mencionadas neste versículo, são que têm “comunhão” com os outros na família de Deus e que são purificados pelo “sangue de Jesus Cristo”. Tendo mencionado essas coisas, elas imediatamente tornam-se um teste para qualquer um que professe ser um Cristão. Se alguém diz que é da família de Deus e não conhece seu relacionamento com Deus na luz, e não goza de comunhão com os filhos de Deus, nem entende a obra de Cristo na cruz pela qual seus pecados foram lavados, temos boas razões para acreditar que ele pode ser uma farsa. Este é o foco da passagem – na verdade, o teor de toda a epístola. Mas alguém pode dizer: “Bem, eu conheço um verdadeiro crente que anda nas trevas”. Praticamente falando, um Cristão pode andar nas trevas no que diz respeito às suas ações, mas, quanto à sua posição, ele está “na luz”.

TIAGO 5:19-20


TIAGO 5:19-20

“Irmãos, se algum de vós se desviar da verdade e alguém o converter; saiba que aquele que converter o pecador do erro do seu caminho salvará da morte uma alma, e esconderá uma multidão de pecados”.
Dizem que esse homem precisava se converter novamente; portanto, deve ter perdido sua salvação.
Como mencionado em nossas observações sobre a conversão de Pedro (Lc 22:32), salvação e conversão não são a mesma coisa. Uma pessoa é salva uma vez, mas ela pode precisar ser convertida várias vezes. Conversão é ter o coração voltado para Deus. Isso acontece inicialmente quando uma pessoa é salva, mas se ela voltar seu coração para o mundo precisará ser restaurada tendo seu coração voltado para Deus novamente. Para ajudar a resolver a confusão na mente de alguns, certos tradutores usam “fazer voltar” para a palavra “converter” (KJV). É uma restauração da alma à comunhão com o Senhor, não uma segunda salvação.
Se conversão é sinônimo de salvação, o fato de que um de seus irmãos seja instruído a convertê-lo deve soar um pouco estranho. Todos nós sabemos que o Senhor é o Único que salva almas do inferno – não os irmãos! Deveria ser óbvio que não poderia estar falando de uma segunda salvação.
Aqueles que trabalham para restaurar alguém surpreendido numa falta (Gl 6:1) podem salvar “da morte uma alma”. A morte aqui se refere a um Cristão faltoso sendo levado para o céu como resultado de um juízo governamental do Pai (1 Pe 1:17). Seu curso de pecado é tal que Deus o remove do seu lugar de testemunho na Terra (Jo 15:2; At 5:1-11; 1 Co 5:2, 11:30; 1 Jo 5:16). Note que “salvar”, aqui, é ser livrado de literalmente morrer sob a mão de Deus em um julgamento governamental.

HEBREUS 10:26-29


HEBREUS 10:26-29

“Porque, se [nós] pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo, cuidais vós, será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamento, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?”
Esta passagem tem sido usada para afirmar que se uma pessoa escolher voluntariamente se afastar de Cristo, perderá sua salvação.
Como mencionado anteriormente, os hebreus eram uma companhia mista. Este é um dos cinco avisos de apostasia na epístola e que não devem ser confundidos com as exortações aos crentes. Por exemplo, Hebreus 10:19-24, é uma exortação aos verdadeiros crentes; enquanto Hebreus 10:25-31, é uma advertência contra a apostasia, na qual meros professantes estavam em perigo de cair. Um verdadeiro Cristão não “pecará” dessa maneira; não se afastará de Cristo e nem abandonará a fé Cristã.
Pode ser perguntado: “Por que ele diz ‘nós’?” Isso porque ele estava se dirigindo à companhia como um todo – o verdadeiro e o falso juntos. É apropriado abordá-los como tal. Alguns podem dizer: “Mas você, sendo Cristão, tem pecado intencionalmente?” É triste dizer que a resposta é “sim”. Mas, fazer tal coisa, por mais sério que seja, não é o pecado intencional que está sendo mencionado nesta passagem. O versículo 29 descreve o pecado do versículo 26. É o pecado de voltar as costas a Cristo e a toda a fé Cristã e abandoná-la, para voltar ao judaísmo. Um verdadeiro crente não fará isso.
Observe também que não é dito que essa pessoa tenha recebido a salvação, mas apenas “recebido o conhecimento da verdade”. Ela adquiriu esse conhecimento por meio do evangelho. Mas existe uma diferença entre conhecer e crer o evangelho. Além disso, ele diz que voltar ao sistema legal seria inútil. Pois sob esse sistema “não resta mais sacrifício pelos pecados”, porque, sob a lei, não havia sacrifício pelos pecados cometidos “à mãos levantadas [atrevidamente – ARA], mas somente pelos pecados de ignorância (Nm 15:30-31; Lv. 4:2). Assim, aqueles que estavam dispostos a retornar ao judaísmo não tinham esconderijo para o seu pecado de rejeitar a Cristo! Para eles, havia apenas “uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo” sob esse sistema.
Nos versículos seguintes (vs. 28-31) ele mostra que o pecado contra a graça recebe um castigo muito pior do que o pecado sob a lei. “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia”. Poderia haver algo mais terrível? SIM – pecar contra a graça! Que aviso terrível foi para aqueles que estavam dispostos a apostatar.
Alguém poderia dizer: “Mas é dito que ele foi ‘santificado’”. Este é apenas outro exemplo de como os termos teológicos pré-concebidos e errôneos nos impedem de entender a verdade. Santificado, na Escritura, nem sempre se refere a pessoas salvas. Existem pelo menos três aspectos da santificação. Há santificação absoluta ou posicional, que é o que todos os crentes são, sendo separados para Deus (1 Co 6:11; 2 Ts 2:13; 1 Pe 1:2).
Depois há a santificação prática ou progressiva, que é o exercício do aperfeiçoamento da santidade na vida do crente (Jo 17:17; 1 Ts 4:3-4, 5:23; Ef 5:26). Há também a santificação relativa ou externa, que é ser colocado externamente em um lugar puro na Terra, associado aos privilégios do Cristianismo. Tomar o lugar entre os Cristãos é ser santificado externamente pelo “sangue do [novo] pacto” (Mt 26:28 – AIBB; Hb 13:12). Isso não se refere a nenhum trabalho vital na alma. Nesse sentido, existe algo como um incrédulo sendo santificado! Isso pode soar estranho, mas é isso que a Escritura ensina (1 Co 7:14). Esses professantes que tinham tomado seu lugar entre os crentes hebreus foram santificados em um sentido exterior, mas é triste dizer que eles não foram salvos.
Ao desistir daquele terreno e voltar ao judaísmo, eles estavam efetivamente: 
  • Pisando o Filho de Deus.
  • Considerando o sangue de Cristo como algo profano.
  • Desprezando o Espírito da graça. 

Esta é a apostasia, para a qual não há recuperação (Hb 6:4-6).

2 TIMÓTEO 2:12-13


2 TIMÓTEO 2:12-13

“Se sofrermos, também com Ele reinaremos; se O negarmos, também Ele nos negará; se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar-Se a Si mesmo”.
Isto tem sido usado para se afirmar que se um crente negar o Senhor, o Senhor o negará, e ele será rejeitado diante de Deus, e assim, perderá sua salvação.
O contexto aqui é um obreiro mais velho (Paulo) encorajando um obreiro mais jovem (Timóteo) no caminho do serviço do Senhor. Paulo estabeleceu a indubitável obra do governo de Deus nesses versículos para encorajar Timóteo a continuar no caminho de serviço. Isso seria um grande encorajamento para Timóteo, porque era um homem dedicado e com a mesma afinidade com o apóstolo Paulo no serviço do Senhor (Fp 2:20-21).
As palavras “nós” e “nos”, nesses versículos, referem-se a todos os Cristãos professos. Esses grandes princípios podem ser aplicados tanto ao verdadeiro crente quanto ao falso professante. Assim como haverá compensação e recompensa para quem age por Deus no tempo da ausência de Cristo, haverá desaprovação e retribuição aos infiéis. O mais completo sentido de negar o Senhor seria a apostasia. Se um mero professante O nega, seria para abandoná-Lo completamente. Paulo não estava dizendo que um verdadeiro crente abandonaria o Senhor; estava apenas falando do princípio do governo de Deus em sua forma abstrata, que tem ampla aplicação para todos os que fazem profissão.

1 CORÍNTIOS 15:1-2


1 CORÍNTIOS 15:1-2

“Também vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado, o qual também recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sois salvos, se o retiverdes [mantiverdes na memória – KJV] tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão”.
Isto tem sido usado para afirmar que se uma pessoa não se apegar à verdade do evangelho, ele perderá sua salvação.
Neste capítulo, Paulo teve que voltar e “notificar” os primeiros princípios do evangelho aos coríntios, porque alguns deles estavam abandonando uma das grandes pedras angulares da fé Cristã – a ressurreição. Ele assegurou-lhes que aqueles que realmente “receberam” o evangelho foram “salvos”. Mas acrescentou: se o mantiverdes na memória tal como vo-lo tenho anunciado, se não é que crestes em vão” (KJV).
Isto era para a consciência daqueles que eram meros professantes entre eles que evidentemente abandonaram a verdade da ressurreição. “Se o mantiverdes na memória” (KJV), deveria ser traduzido, “se o retiverdes” (ARC). Reter a verdade do evangelho comprova a realidade da fé de uma pessoa. Um verdadeiro crente reterá os fundamentos do evangelho, mas o mero professante não. Desistir de algo tão fundamental como a ressurreição, põe em questão se tal pessoa é realmente salva. O que Paulo estava dizendo é que aquele que adultera os fundamentos do evangelho tira o próprio chão sobre o qual professa estar em pé! De certo modo, estava dizendo: “Você tem certeza de que realmente quer fazer isso, porque tal coisa apenas prova que você nunca sequer foi salvo?”
Um Cristão pode se tornar falho em alguns pontos da verdade e desistir de algo que ele já sustentou. Talvez ele mude sua visão de como os Cristãos devam se reunir para adoração e ministério ou, em alguns exercícios pessoais sobre a separação do mundo, mas ele não desistirá das pedras angulares da fé. Apenas um apóstata faria isso. Então, não está dizendo que se alguém não “retém” a verdade do evangelho, ele perderá sua salvação, mas que se alguém não “retém” os fundamentos do evangelho é porque ele, em primeiro lugar, nunca foi salvo!
Se a ressurreição fosse apenas um mito, então o crer dos coríntios era “em vão” porque tudo o que eles tinham professamente recebido no Cristianismo dependia disso! Crer em algo “em vão” é crer em algo que não é verdade.

ROMANOS 11:22


ROMANOS 11:22

“Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a benignidade de Deus, se permaneceres na Sua benignidade; de outra maneira, também tu serás cortado”.
Isso tem sido usado para ensinar que, se alguém não continuar na bondade de Deus, será “cortado” e, assim, perderá sua salvação.
Este é outro exemplo de tirar um versículo do seu contexto. Paulo não está falando de indivíduos aqui, mas sim do sistema legal (Mosaico) e aqueles conectados a ele, e o sistema de graça, e aqueles conectados a ele. O capítulo revela como um sistema foi substituído pelo outro. Ele usa a figura de uma “oliveira” tendo alguns de seus galhos quebrados e substituídos por galhos de “oliveira brava” (ARA). Isso é uma referência à profissão Cristã, que é composta em grande parte por gentios substituindo Israel, ao ocuparem um lugar de favor diante de Deus.
A advertência aqui é que “se” a profissão Cristã não continuar na bondade de Deus, ela será “cortada” e Deus retomará com a oliveira doméstica (Israel). Assim, fala dos caminhos dispensacionais de Deus. A conclusão solene é que, tendo falhado, não haverá restauração para a profissão Cristã! Deus a julgará por ter falhado em glorificá-Lo na Terra (Ap 17-18). Isso acontecerá depois que os verdadeiros crentes forem retirados do mundo (no Arrebatamento), quando o Senhor aparecer após a grande tribulação. Naquele dia, “todo o Israel será salvo” – isto é, todos os que são “os filhos da promessa” (Rm 9:7-8).

ROMANOS 8:13


ROMANOS 8:13

“Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (ARF).
Isto tem sido usado para ensinar que se um crente vive “segundo a carne” ele “morrerá” no sentido de perder sua vida espiritual e salvação.
Dizer que morrer, no sentido em que é usado aqui, é perder a salvação, é ler algo na passagem que não está lá. Há muitas maneiras em que a morte é usada nas Escrituras. Cada uma leva ao pensamento da separação de alguma forma. 
  • A morte espiritual é estar espiritualmente separado de Deus por não ter uma nova vida (Ef 2:1).
  • A morte física é ter a alma e espírito separados do corpo (Tg 2:26).
  • A segunda morte é estar eternamente separado de Deus no lago de fogo (Ap 20:14).
  • A morte apóstata é estar separado de Deus por abandonar a profissão de fé (Jd 12).
  • A morte nacional é não existir como uma nação na Terra (Ez 37; Dn 12:2).
  • A morte judicial é ser posicionalmente separado de toda a condição do pecado pela morte de Cristo (Rm 6:2, 7:6; Cl 3:3).
  • A morte moral é estar separado da comunhão com Deus (Rm 8:13; 1 Tm 5:6).
A morte, em Romanos 8:13, está se referindo a um crente que vive segundo a carne e, assim, tem seu elo de comunhão cortado.

JOÃO 15:2, 6


JOÃO 15:2, 6

“Toda vara em Mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” “Se alguém não estiver em Mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem”.
Esta passagem é usada para ensinar que se as pessoas não derem frutos em suas vidas, elas perderão sua salvação e Deus as levará para o juízo eterno.
Essa interpretação incorreta não distingue entre as diferentes varas mencionadas na passagem. O Senhor fala de três varas: uma é tirada, outra é limpada para produzir mais frutos, e a terceira é lançada fora e queimada.
A primeira vara que não dá frutos é um verdadeiro crente que anda mal. O Pai pode tirar essa pessoa desta Terra por meio da morte em um ato de juízo governamental. Não tem nada a ver com a salvação da pessoa, mas com a sua remoção do lugar do testemunho na Terra. A pessoa é levada para o céu porque desonrou o Senhor de alguma maneira séria e não está mais em condições de continuar no lugar do testemunho. As escrituras corroboram isto (1 Co 5:2, 11:30; Tg 5:20; 1 Jo 5:16; At 5:1-11; 1 Pe 1:17).
A segunda vara é um verdadeiro crente que produz frutos para Deus. Frutificação é a reprodução das características morais de Cristo na vida do crente. Essa vara experimenta outro tipo de disciplina do Pai – uma disciplina purificadora. Isso tem a ver com a remoção de traços de caráter no povo do Senhor, para que mais de Cristo seja visto neles.
A terceira vara não é retirada, mas é “lançada” (v. 6). Isso implica no abandono total. Este é um mero professante que não tem uma conexão viva com o Senhor. Ele não “permanece” no Senhor em nenhum sentido e é “lançado” no lago de fogo. Vale ressaltar que ele é dito ser apenas “como” uma vara. Isso indica que a pessoa tomou o lugar de ser um verdadeiro crente pela profissão, mas não tem realidade; ele não é um ramo no sentido real da palavra. Essa pessoa, portanto, não perdeu sua salvação – antes de tudo, ela nunca a teve.

JOÃO 8:31


JOÃO 8:31

Se vós permanecerdes na Minha palavra, verdadeiramente, sereis Meus discípulos”.
Este é outro exemplo de não se ler cuidadosamente as Escrituras. O Senhor está falando de discipulado, não de salvação. Usar os dois termos de forma intercambiável é confusão. O Senhor chamou pessoas para virem “a” Ele para a salvação (Mt 11:28), e Ele também chamou pessoas para virem “após” Ele no caminho do discipulado (Mt 16:24). Estes são dois chamados distintos e não são sinônimos. Se a salvação e o discipulado fossem a mesma coisa, uma pessoa poderia ganhar sua salvação fazendo certas coisas requeridas no discipulado (Lc 14:26-27). Seria a salvação pelas obras. O Senhor estava simplesmente dizendo neste versículo que continuando em Sua Palavra, uma pessoa prova que é um verdadeiro crente e um verdadeiro discípulo.

HEBREUS 6:4-6


HEBREUS 6:4-6

“Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa Palavra de Deus e as virtudes do século futuro, e [se – KJV] recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam [para si mesmos – ARA] o Filho de Deus e O expõem ao vitupério”.
Estes versículos são chamados de a “Carta Magna” da negação da eterna segurança do crente. Este é um exemplo de simplesmente não saber a diferença entre um Cristão desviado e um apóstata.
O escritor da epístola estava advertindo os hebreus (pois eram uma classe mista) de que se alguns, que fossem meros professantes da fé Cristã, abandonassem essa confissão e voltassem ao judaísmo (apostatasse), não haveria meios pelos quais pudessem ser renovados ao arrependimento. Eles estariam novamente crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e assim seriam condenados para sempre. O “se” condicional nesta passagem é usado para verificar a profissão entre eles e, com esperança, impedir qualquer um que estivesse em perigo de apostatar, para que se voltasse para Cristo de uma maneira real. Há cinco desses avisos na epístola aos Hebreus (Hb 2:1-4, 3:7-4:11, 5:11-6:20, 10:26-31, 12:15-27).
É importante notar que o escritor, ao falar daqueles que estavam naquela horrível categoria, muda os pronomes para distingui-los dos verdadeiros crentes. Ao falar dos verdadeiros crentes nos versículos 1-3, ele usa a primeira pessoa do plural (“nós” e “nos”), mas quando fala daqueles que eram meros professantes nos versículos 4-6, ele usa a terceira pessoa do plural (“os” e “eles”). Depois de falar deles, retorna ao uso das segunda e primeira pessoas do plural (“vós” e “nós”) nos versículos 9-20. Essa mudança de pronomes para distinguir tais pessoas é consistente com a Escritura do Novo Testamento (Compare 1 Ts 4:15–5:11; 2 Pe 2:1–3:2; Jd 3-25, etc.)
Isso significa que ele não está sequer falando dos verdadeiros crentes em Hebreus 6:4-6. Não temos autoridade para dizer que aqueles mencionados nesses versículos são verdadeiros crentes, pois não há uma única expressão usada que chegue à altura do novo nascimento ou salvação. Num olhar descuidado, se uma pessoa não sabe a diferença entre um que retrocede e um apóstata, ela pode honestamente assumir que se refere a alguém que perdeu a sua salvação. No entanto, há cinco coisas nesses versículos que se referem às bênçãos externas e privilégios ligados ao Cristianismo que uma pessoa pode participar, mesmo sem ser salva.
Em primeiro lugar, fala dos “que uma vez já foram iluminados”. Uma pessoa se torna “iluminada” por ouvir a Palavra pregada (Sl 19:7-8). Tendo ouvido o evangelho, essas pessoas aprenderam sobre o caminho da salvação e, portanto, foram iluminadas; mas isso não significa que foram salvas. Isso seria acrescentar à Escritura. Conhecer o caminho da salvação e crer são duas coisas diferentes.
Em segundo lugar, fala dos que “provaram o dom celestial”. Isto se refere à revelação Cristã da verdade (2 Pe 1:1). Estas são as coisas relatadas a nós pelo Espírito Santo enviado do céu (“aqueles que receberam preciosa fé conosco pela justiça de nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” – 2 Pe 1:1 – JND). Note: não diz que eles receberam ou se apropriaram do dom celestial; apenas que eles o “provaram”. Isso é algo superficial, não a recepção real dele. Uma pessoa pode fazer isso ao viver entre Cristãos e ouvir a verdade ministrada. Dizer que alguém que prova o “dom celestial” é salvo está, mais uma vez, indo além da Escritura.
Em terceiro lugar, fala deles como sendo “participantes do Espírito Santo”. Podemos ver como uma pessoa pode pensar que isso está se referindo a alguém que é salvo porque todo Cristão tem a habitação do Espírito (Ef 1:13; At 5:32; Rm 5:5; 1 Ts 4:8). No entanto, um olhar mais cuidadoso mostra que não se trata da plena participação do Espírito Santo a qual os crentes possuem. A palavra meteko na língua original, traduzida aqui como “participantes” refere-se a participar de algo, mas não ter um compartilhamento comum completo na coisa. Quando é um compartilhamento completo em algo, a palavra koinoneo é usada. Essa diferença é ilustrada em Hebreus 2:14. Os “filhos” participam [koinoneo] da mesma natureza caída pecaminosa de Adão. Mas quando fala do Senhor entrando na humanidade (a encarnação), é dito: “também Ele participou [meteko] das mesmas coisas”.  Isto nos diz que quando Ele Se tornou um Homem, Ele não participou na humanidade ao ponto de compartilhar a natureza caída pecaminosa de Adão. Ele foi, e é realmente um Homem – espírito, alma e corpo, mas sem uma natureza caída. Assim, as Escrituras protegem cuidadosamente a humanidade sem pecado de Cristo.
Entendendo o uso desta palavra (meteko), aprendemos que uma pessoa pode participar do Espírito Santo sem ser habitada por Ele. Isso é apoiado pela Escritura em outros lugares. Há um aspecto da presença do Espírito na Terra hoje em que Ele não apenas habita nos crentes, mas em que Ele também habita entre os crentes. Ele “habita convosco e estará em vós” (Jo 14:17). Em Atos 2:1-4, diz que o Espírito “encheu toda a casa onde estavam assentados”, e “todos foram cheios do Espírito Santo”. E novamente em 1 Coríntios 3:16-17, nos é dito que o Espírito de Deus habita no templo – “vós” (plural). Um incrédulo poderia estar no templo misturando-se entre os crentes e, assim, contaminá-lo. Estando entre os Cristãos, onde o Espírito de Deus está trabalhando, uma pessoa participa do Espírito Santo em um sentido exterior. Pode experimentar a luta do Espírito com sua alma. Pode também participar das bênçãos externas do Cristianismo que o Espírito de Deus trouxe a este mundo – a feliz comunhão, o ensino da verdade, etc.
Essa operação externa do Espírito de Deus é vista em Atos 7:51-54. Estevão testificou aos líderes judeus incrédulos no Sinédrio, dizendo: “Vós sempre resistis ao Espírito Santo”. E nos diz que eles “enfureciam-se em seu coração”. O Espírito de Deus estava operando, mas não penetrou no coração – foi um trabalho superficial que foi apenas “para” o coração. Se você comparar isso com Atos 2:37, onde o povo foi salvo, ele diz que “compungiram-se em seu coração”. Isso indica que houve penetração no coração, e o resultado foi que eles foram salvos e receberam a habitação do Espírito. Se ser “participantes do Espírito Santo” estivesse se referindo à habitação do Espírito no crente, a palavra grega koinoneo teria sido usada.
Em quarto lugar, diz que eles “provaram a boa Palavra de Deus”. Novamente, isso não significa que eles receberam ou creram na Palavra de Deus. Compare Atos 2:41, 8:14, 17:11. “Provar” algo é apenas experimentar uma pequena porção, mas não absorver e assimilar o todo. Os incrédulos “provam” a Palavra de Deus quando vêm e escutam a Palavra pregada.
Por último, diz que provaram “as virtudes do século futuro”. Este “século futuro” é o Milênio (Hb 2:5; Mc 10:30; Ef 1:21, etc.) Os poderes de Deus que caracterizarão aquele dia foram vistos nos dias dos apóstolos, quando o reino ainda estava sendo oferecido aos judeus. Havia sinais e milagres sendo demonstrados como uma amostra dos poderes do futuro Milênio (Hb 2:4). Meros professantes podiam se misturar entre os Cristãos daquela época e testemunhar esses poderes em primeira mão, e talvez, até mesmo serem curados de alguma doença. Mas isso não significa que eles eram salvos.
A passagem continua dizendo que, se tais pessoas “recaíram” (apostataram) depois de terem experimentado tais privilégios, seria “impossível” renová-las ao arrependimento. Elas trazem condenação sobre si mesmas da qual não há recuperação! Não há retorno. Aqueles que erroneamente usam essa passagem para ensinar que uma pessoa pode perder sua salvação nem mesmo acreditam nisso! Eles dizem que uma pessoa que perde sua salvação pode ser salva novamente. Tudo isso vem de uma interpretação descuidada e imprecisa da passagem. Não significa nada disso, a menos que a Escritura não signifique o que diz.
Então, nos versículos 7-8, é ilustrado o privilégio de ser exposto às bênçãos Cristãs. Fala de dois tipos de solo e plantas. Um “embebe a chuva” que é despejada sobre ele e, consequentemente, “produz erva proveitosa” para seu dono. O outro só “produz espinhos e abrolhos”, e o fim destes era ser “queimados” (uma figura de juízo). Ambos tiveram o privilégio da chuva caindo sobre eles. Da mesma forma, tanto os verdadeiros crentes quanto os meros professantes estão igualmente expostos às bênçãos celestiais que o Cristianismo trouxe a este mundo. Observe, não há menção de o último embeber. Compare o óbvio contraste entre embeber e provar nesta passagem.
É claro que a passagem está se referindo a meros professantes (misturados entre os verdadeiros crentes) estando em perigo de apostatar. Foi um aviso para eles. Não tem nada a ver com Cristãos.

OS “SE” DA ESCRITURA


OS “SE” DA ESCRITURA


A presença de um “se” em um versículo sugere que há uma condição ligada a ele, e se uma pessoa não cumpre essa condição, é possível que perca o que lhe é prometido nesse versículo – ou seja, salvação. Como dito anteriormente, as claras declarações da Escritura sobre a segurança do crente não podem ser tomadas de outra maneira que não aquela em que foram escritas, e como a Palavra de Deus não se contradiz, essas passagens contendo um “se” devem significar outra coisa.
“Se”, certamente é uma palavra simples, mas precisamos entender a quem o escritor está falando quando a usa. Como mencionado anteriormente, muitas vezes o escritor está levando em consideração a possibilidade de haver uma multidão mista de verdadeiros crentes e meros professantes entre seus ouvintes. O uso de “se” neste contexto foi destinado à consciência daqueles que não são salvos, para que possam examinar em seus corações quanto à verdadeira posição deles diante de Deus. Considere o que estamos dizendo aqui. Suponha que você estivesse se dirigindo a uma audiência que tivesse crentes e descrentes.  E, em seu desejo de divulgar o evangelho, você dissesse a seu público que precisavam confiar no Senhor Jesus Cristo para sua salvação. Como os crentes na multidão receberiam isso? Você estava querendo dizer que precisavam ser salvos? Não; eles entenderiam que você estava se referindo aos perdidos entre eles. É exatamente o mesmo nas Escrituras; quando um escritor usa a palavra “se”, está se dirigindo ao mero professante entre os ouvintes.
Além disso, precisamos entender que a palavra “se” é usada na Escritura de duas maneiras. Não dizemos que há duas palavras diferentes usadas no idioma original para “se”, mas que a palavra é usada de duas maneiras diferentes. Existe um “se” de argumento e um “se” de condição. Um “se” de argumento é baseado em algum fato já estabelecido na discussão, e tomado como certo, o argumento se baseia nesse “se”. J. N. Darby deu um exemplo disso, dizendo: “Se você é um inglês, não vai querer desonrar seu país”. Da mesma forma, podemos dizer: “Se você é verdadeiramente um Cristão, vai querer agir como um”. Nesse sentido, a palavra é usada, não para questionar se uma coisa é assim ou não, mas para construir um argumento sobre esse fato. Quando “se” é usado dessa maneira na Escritura, ele pode ser substituído pela expressão “já que”, e isso transmitirá o pensamento apropriadamente. Por exemplo, “Portanto, se [já que] fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3:1 – ARA; Fp 2:1; Ef 4:21, etc.). Por outro lado, o “se” de condição é usado na Escritura como tal; se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão” (Gl 6:1). Isso indica que ele pode ou não ter sido surpreendido em uma falha.
É este uso do “se” como uma condição em conexão com este assunto (eterna segurança), que incomodou muitas pessoas e levou a muitos equívocos. A chave para desvendar essa dificuldade está em saber que o escritor está falando para um público misto, e que a palavra “se”, nesse sentido, é particularmente para aqueles que eram meros professantes entre eles. Alguns exemplos são:

ÊXODO 32:33; SALMO 69:28; APOCALIPSE 3:5, 22:19


ÊXODO 32:33; SALMO 69:28; APOCALIPSE 3:5, 22:19

“Aquele que pecar contra Mim, a este riscarei Eu do Meu livro”. “Sejam riscados do livro da vida”. “De maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida”. “Deus tirará a sua parte do livro da vida” (ARF).
Esses versículos se referem à possibilidade de alguém ser riscado do livro da vida e, portanto, perder a salvação.
As pessoas que negam a eterna segurança do crente perguntarão: “Como Deus pode ameaçar riscar as pessoas do Seu livro, se isso não pode acontecer?” Mas esse é um argumento do “homem de palha”. A Escritura não diz que uma pessoa não pode ser riscada. Alguns defensores bem-intencionados da eterna segurança podem ensinar isso, mas as Escrituras não. O fato solene é que uma pessoa pode ser riscada do livro da vida! O “livro da vida” é usado figurativamente na Bíblia; isso não significa que Deus tem um livro literal no céu.
Ele escreve o nome de todo crente verdadeiro no livro, mas as pessoas podem escrever seus próprios nomes no livro também, por assim dizer, fazendo uma profissão de vida. Se eles não são verdadeiros, Deus os riscará no dia do juízo. J. N. Darby disse: “Eu acredito que o livro da vida é final, e nem todos os demônios podem apagar dele um nome [de um verdadeiro crente]. Onde fala de riscar, é como um registro de votos. Se for provado que certo nome não tem o direito de estar lá, é riscado. O nome de cada professante está no livro da vida: mas se Deus o escreveu, nunca será riscado. Um mero professante escreve, ele mesmo, seu nome, mas não tem o direito de estar lá e será riscado, a menos que Deus tenha escrito seu nome. Suponho que o livro da vida (no cap. 20) é depois de os nomes serem riscados, pois o versículo 15 diz, ‘E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo’”. Portanto, esses versículos relacionados com pessoas sendo riscadas do livro da vida, estão se referindo a meros professantes, não a verdadeiros crentes.

2 PEDRO 2:1


2 PEDRO 2:1

“E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores (instrutores), que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou [comprou – TB], trazendo sobre si mesmos repentina perdição” (TB).
Como esses falsos mestres foram “comprados”, supõe-se que eles foram salvos. No entanto, porque eles negaram o Senhor, perderam a salvação e acabaram em destruição.
Este é outro exemplo de termos teológicos errôneos que formam nossos pensamentos e produzem conclusões errôneas. O equívoco aqui é pensar que “comprado” significa redimido e, portanto, salvo. Muitos Cristãos pensam que os dois termos são sinônimos, e dificilmente podemos culpá-los, pois isso é comumente ensinado na Cristandade. No entanto, a Escritura distingue cuidadosamente os dois termos. Comprar, ou obter, significa “adquirir” ou “comprar de volta”. Resgatar significa “recomprar e libertar”.
Cristo “comprou” (adquiriu) todas as pessoas e todas as coisas pelo que Ele realizou na cruz. Hebreus 2:9 diz: “para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos”. A versão King James também diz “por todo homem”, mas deveria dizer “por todas as coisas” (JND), porque a passagem está falando do aspecto mais amplo da obra de Cristo na cruz em comprar o mundo e tudo o que ele contém. Isso é visto na parábola do homem que comprou o “campo”, que o Senhor explica como sendo a aquisição do mundo inteiro e de tudo nele, inclusive o “tesouro” – Seu povo (Mt 13:38, 44). Por isso, o Senhor tem autoridade e direito sobre todas as pessoas e todas as coisas. Embora todas as pessoas tenham sido compradas, nem todas serão redimidas. Uma pessoa é redimida quando, por fé, toma posse da compra que Cristo fez na cruz e O recebe como seu Salvador. Da mesma forma, todas as coisas foram “compradas” ou “adquiridas”, mas estão esperando para serem redimidas (libertadas) dos efeitos do pecado, de Satanás e do mundo (Ef 1:14). Isso acontecerá quando Cristo aparecer no final do século.
Uma leitura cuidadosa da passagem indica que aqueles que negaram o Senhor eram “falsos”. Pedro os chama de “falsos mestres”. Não é meramente que eles ensinavam coisas falsas, mas que eles mesmos eram falsos – sendo meros Cristãos imitadores. Eles negaram o Senhor por não tomarem posse da Sua compra e acabaram em julgamento. Judas fala dessa mesma classe de pessoas que negam o Senhor, dizendo: “Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus e negam a Deus, único Dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo” (Judas 4). Em primeiro lugar eles nunca foram salvos, mas estavam se passando por mestres.

HEBREUS 12:14


HEBREUS 12:14

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”.
Isto tem sido usado para ensinar que se o crente não andar em santidade, não irá para o Senhor e não O “verá”.
É importante entender que a Bíblia fala de mais de uma maneira de se ver o Senhor. Nem sempre se refere a vê-Lo no céu, no final do nosso caminho. A postura Cristã normal é ver o Senhor com os olhos da fé agora enquanto estamos a caminho para a glória. Na epístola aos Hebreus, ver o Senhor é apresentado dessa maneira. O capítulo 2:9 diz: “porém àqu’Ele Jesus nós vemos” (TB) Também, no início deste capítulo (12), diz: “Olhando para Jesus (v. 2). Estes são vislumbres atuais do Senhor pela fé.
O foco desse versículo é que, se não andarmos em “paz” e “santificação”, perderemos a visão do Senhor em um sentido prático e nos afastaremos do caminho (Pv 29:18). A respeito deste versículo, Hamilton Smith disse: “Nós vemos Jesus coroado com glória e honra, diz o apóstolo, mas isto supõe uma caminhada normal em santidade. Qualquer permissão de falta de santidade obscurecerá a visão”.

1 CORÍNTIOS 9:27


1 CORÍNTIOS 9:27

“Pelo contrário esbofeteio o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que havendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser rejeitado”.
Aqui, Paulo diz que se ele não mantivesse seu corpo sob controle (apetites e desejos), poderia acabar pecando e, assim, ser um “rejeitado”.
A palavra “rejeitado” é traduzida em outro lugar como “reprovado” e certamente se refere a uma alma perdida (Rm 1:28; 2 Co 13:5-7; 2 Tm 3:8; Tt 1:16). Alguém disse que, uma vez que a palavra significa “excluído” ou “desqualificado”, está se referindo ao ministério de um homem sendo desqualificado, e não a própria pessoa. Por isso, seu ministério seria rejeitado porque sua vida estava em desordem. Esta interpretação pode ser útil para refutar aqueles que negam a eterna segurança do crente, mas a palavra “rejeitado” não deve ser tomada nesse sentido limitado. Não é usada dessa maneira no Novo Testamento. Isso significa que a pessoa como um todo é rejeitada porque está perdida. J. N. Darby disse: “Ser um rejeitado é estar perdido – ser punido com a destruição eterna fora da presença do Senhor”.
No entanto, não devemos deduzir disso que um Cristão pode perder sua salvação. O assunto em questão no capítulo é a pregação de Paulo, não sua salvação. Ele está falando da possibilidade de alguém ser um pregador e, no entanto, acabar sendo rejeitado; não de ser um Cristão e terminar rejeitado. Se um pregador não possui salvação, é possível que ele acabe sendo rejeitado se não for salvo. Judas foi uma pessoa assim. O homem que discutimos em Mateus 7:22 é outro exemplo. Era evidente que havia alguns pregando em Corinto que eram suspeitos, e Paulo deu esse aviso para eles.
Podemos perguntar: “Por que então Paulo falou de si mesmo como possivelmente sendo um reprovado, se tal coisa nunca poderia acontecer?” A resposta é que Paulo estava falando de pregadores em geral e, portanto, incluía a si mesmo. Mas ele era mais que um pregador; era um crente e não podia se perder. Paulo aplicou “figuradamente” essas coisas a si mesmo, incluindo-se no quadro (1 Co 4:6; 1:12) de modo a não destacar ninguém em Corinto em particular e causar ofensa; assim, tratou do assunto com delicadeza. O foco da passagem é que ele queria mostrar por todo o seu modo de vida, no qual mantinha seu corpo em sujeição, que não era um desses reprovados.

1 CORÍNTIOS 8:11


1 CORÍNTIOS 8:11

“E, pela tua ciência, perecerá o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu”.
Aqui, o apóstolo fala da possibilidade de um irmão fraco perecer. Em vista de João 3:16 e 2 Pedro 3:9, que indicam que “perecer” significa passar eternamente arruinado para o inferno, isso tem sido usado para afirmar que “o irmão fraco” perdeu sua salvação.
O erro aqui é assumir que toda vez que “perecer” é usado na Escritura, está falando de uma eternidade perdida. Além de ser aplicada aos pecadores perdidos, a palavra pode ser aplicada aos crentes fiéis que morrem (Ec 7:15; Mq 7:2; Lc 11:51, 13:33; 2 Co 4:16), para a verdade em si mesma (Jr 7:28), para objetos inanimados que se estragam (Lc 5:37), etc. Está claro que existem muitas aplicações da palavra “perecer”. É um erro pensar que há apenas um uso para uma palavra na Escritura, e depois distorcer a interpretação de todas as outras Escrituras para se encaixar nesse pensamento. Se perecer na Escritura tivesse apenas o significado de passar para uma eternidade perdida – por que Deus permitiria que, justamente, crentes fiéis perecessem?
Nesse versículo, a palavra “perecer” significa que a pessoa tem um sério colapso em sua fé, por meio do qual é levado a algum comprometimento e, assim, naufraga em sua vida Cristã. O foco da passagem é que temos de ter cuidado com o que permitimos em nossas vidas para que não venhamos fazer tropeçar nossos irmãos.